Quedas e Traumas na Cabeça da Criança e do Bebê

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O risco de quedas de bebês e crianças trazer consequências ruins é maior quanto mais jovem for a criança ou bebê, ou seja, quanto menor a idade maior a chance de gravidade.

Isso ocorre basicamente por dois motivos. Se a criança ainda não fica espontaneamente em uma posição sujeita a queda significa que além dela não ter essa capacidade, que ela também não apresenta os aparatos de proteção como reflexos com posicionamento de mãos, rolamentos, giros e etc e seu esqueleto ainda é pouco calcificado com ossos mais frágeis e moles, o que predispõe a ocorrência de lesões no cérebro ou outras partes do corpo mesmo sem fratura importante.

Além disso, a cabeça é proporcionalmente grande e pesada, aumentando o risco de que trauma principal e mais forte ocorra nela.

Em relação à frequência, a ocorrência aumenta exponencialmente conforme a criança adquiri a capacidade de ficar de pé, sem o controle fino desse movimento. O pico geralmente é entre 1-3 anos de idade.

Apesar da alta frequência de ocorrencia, a letalidade relacionada as quedas é baixa, porém ela é a principal causa de internação por acidentes em crinaças segundo a Rede Nacional da Primeira Infancia.

A maioria dos sintomas ocorrem nas primeiras 24 horas e raramente aparecem após 48 hs.

Menores de 1 ano

Nos menores de 1 ano não existe um consenso sobre os0_1ano_acidentes sintomas de risco, mas devemos observar:

  1. Altura da queda: logicamente quanto mais baixo, menor o risco.
  2. Velocidade: um bebê que caiu de um bebê conforto mal fixado em um freada do carro tem mais risco do que a mesma queda do bebê conforto parado no chão.
  3. Desmaio ou perda de consciência: relacionado a alto risco de lesão
  4. Vômitos nas primeiras 24-48 hs: relacionados a trauma cerebral
  5. Alterações de comportamento como choros, irritabilidade que não cessa com colo, sonolência excessiva, perda de movimento e etc.
  6. Sempre que houver suspeita de fratura, seja por alteraçaõ na movimentação, desvio do membro ou dor localizada.

Nesses casos ou na dúvida, todo bebê menor de um ano deve ser observado é levado para avaliação médica.

Maiores de 1 ano

Nos maiores de um ano, levar ao atendimento médico nas seguintes situações:

  1. Desmaio ou perda de consciência: não vale aquelepost-acidente-domc3a9stico ficar molinho e gemendo
  2. Três ou mais Vômitos em 24 hs.
  3. Alterações de comportamento: desde alterações no nível de consciência como sonolência ou coma, alterações de fala, de atitudes, de motricidade ou movimentação.
  4. Quedas de mais de 1 metrô de altura: clássica queda de meninos bagunceiros que sobem em tudo.a pós 1 ano e pouco
  5. Cortes: normalmente cortes de pele menores de 1 cm não precisam de sutura ou pontos, mas isso depende de conhecimento dos pais. Na dúvida, leve para uma avaliação. Cortes em mucosas como boca muito raramente necessitam de sutura, pois a cicatrização é mais rápida e eficaz que a pele.
  6. Sempre que houver suspeita de fratura, seja por alteraçaõ na movimentação, desvio do membro ou dor localizada.

Esses são os principais sintomas ou situações de risco para quedas, mas lembre-se que ninguém conhece o filho melhor que os próprios Pais e se achar seu filho estranho após uma queda, não se sinta mal de querer uma avaliação médica.

Em relação aos exames, a observação por 6-12 horas é melhor que um raio x e equivalente à uma tomografia computadorizada como preditor de mal evolução.

Como Evitar ?

Existe uma frase um pouco exagerada de que “Não existem acidentes, mas sim falta de prudência ou prevenção”. A palavra acidente significa “acontecimento casual, fortuito, inesperado” e na Pediatria todas as consultas deveriam ter um minutinho para alertas do momento para prevenção de acidentes ou incidentes, na realidade.

Descreverei os principais cuidados que devem ser realizados desde o nascimento, assim ele se torna uma rotina tanto para a criança como para os Pais:

  • Nunca deixar crianças sozinhas em locais que ela não poderia subir sozinho:
    • Desde o bebê em cima de um berço, trocador ou cama desde 1 mês de idade (antes de aprender a rolar), até uma criança maior que é ajudada a subir em um muro ou algo do gênero e não conseguiria sozinho. É claro que o local vai variar de idade e criança devido à sua capacidade atual.
  • Sempre prender o Cinto de Segurança:
    • Esse hábito deve iniciar desde a saída da maternidade e perdurar o restante da vida da criança. Eu não estou falando apenas de cadeirinhas de carro ou bebê conforto, mas de cadeiras de balanço, de alimentação e etc. Se algum dispositivo tem cinto de segurança é porque o fabricante julga que existe um risco à saúde da criança.
  • Calçados Adequados:
    • Ao iniciar o aprendizado do ato de andar, a criança apresenta muita dificuldade em julgar a altura e distância do chão e de objetos, por isso devemos utilizar sapatos com solado fino, como aquelas meias com aderente emborrachado, para facilitar essa propriocepção ou a capacidade de perceber a própria movimentação ou desequilíbrio do corpo. Evite aqueles Crocs, tênis de corrida, sapatos com saltinho e etc até pelo menos os 3 anos de idade.
  • Escadas e Desniveis:
    • Assim como descritos acima, os desniveis, por menores que pareçam, são um desafio para as crianças e até adquirirem a capacidade de subir e descer sozinhos, esses degraus devem sempre ter alguma barreira como portões e etc. Devemos sempre ajudar tanto na subida como na descida até os 2 anos e sempre orientar a utilização do corrimão.
  • Chão Escorregadio:
    • Ocorre principalmente durante o banho, durante a limpeza de casa ou em brincadeiras como água como piscinas e etc. Geralmente o trauma é grave pela velocidade relacionada à esses escorregões.
  • Acidentes em Ruas e Vias:
    • Após os 2 anos de idade, alguns ainda antes, as crianças tentar se tornar cada dia mais independentes e saem correndo em ruas e calçadas. Crianças antes dos 8 anos de idade não tem a capacidade de sozinhas avaliarem a distancia e a velocidade de veiculos, motos e etc, e devem estar sempre acompanhadas de um adulto para atravessar a rua.
  • Andadores e Afins:andador
  • Janelas, Sacadas e Afins:
    • Toda criança tem seu momento Superman ou Mulher Maravilha e acham que podem voar … depois da queda não tem mais jeito, então como todos os outros incidentes descritos nessa página, o ideal e o correto é evitar o risco. Basicamente devemos colocar grades (bem fixas, de nada adianta a grade cair junto com a criança) e telas ou redes de proteção. Lembrete: essas telas tem validade pois o sol e outras intempéries causam desgastes na mesma e reduzem a sua capacidade de carga. A maioria dura 5 anos e algumas entre 7-10 anos. Sempre que comprar um imovel usado ou alugar, verifique a data da troca da rede, pois senão, seu filho será o teste  e ele pode não acabar muito bem.
  • Utilizar equipamentos de Segurança
    • Devemos orientar e obrigar nossos filhos a utilizar os equipamentos de segurança para a pratica de determinadas atividades, como capacetes para andar de bicicletas, skates ou patins e etc.
  • Queda de Objetos Altos:
    • Eu já vi crianças de pouco mais de 10 quilos de peso derrubarem televisores com mais de 15-20 quilos, tanques de lavar roupa, microondas, e etc. Basta eles se pendurarem para brincar ou mesmo puxarem os fios utilizando o peso do corpo para o incidente acontecer.
  • Orientar e Orientar e Orientar
    • Não podemos prever todas as situações do mundo, mas após os 3 ou 4 anos de idade a criança obrigatoriamente já deve saber inferir ou prever o risco aumentado de uma determinada atitude e evita-la ou ao menos, pedir ajuda para executá-la.

Dr. Christian Helfstein

CRM/SP 119.947