Sapinho no Bebê

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O aparecimento do Sapinho no primeiro ano de vida é extremamente comum, principalmente após os 6 meses de vida quando a criança oral-thrush122começa a conhecer o mundo pela boca e acaba colocando tudo o que for possível nela.

O Sapinho é uma infecção fúngica causada geralmente pela Candida albicans, um microorganismo presente em até 80% das pessoas sem causar doenças, ou seja, apenas colonizando a pele e o intestino.

A moníliase ou candidíase oral, nome “médico” do sapinho, ocorre apenas em indivíduos com algum tipo de incapacidade imunológica, seja apenas por imaturidade como ocorre nas crianças até os 2 anos de idade, ou como consequência de uma doença ou o tratamento da mesma, como quimioterapia contra o câncer, AIDS, doenças hepáticas graves e etc.

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O contágio do bebê ocorre através de contato da boca da criança com mãos ou objetos contaminados com o fungo. Inicialmente ele coloniza a mucosa oral, depois com o desenvolvimento e aumento da população, os sintomas começam a aparecer. Por conta da contaminação de objetos e a transmissão direta mão-mão, toda criança com sapinho deve ser afastada da creche até desaparecimento das bolinhas brancas.

O sapinho é muito associado à outra infecção causada pela C. albicans, só que nesse caso, a infecção ocorre na região da fralda e é chamada de assadura ou dermatite de fralda, sendo os fungos responsáveis por 80% das assaduras. É fácil identificar pelas bolinhas que se formam ao lado do vermelhão.

Sintomas

Sapinho - Monilíase ou Candidíase Oral

Os sintomas são:

  • Obrigatório: Bolinhas brancas na boca, gengiva, céu da boca, bochechas e língua que podem ser removidas com relativa facilidade. Parece um algodão e o local mais fidedigno é na parte interna da bochecha, pois nesse local não acumula leite devida a salivação.
  • Irritação – leve a moderada intensidade
  • Redução da alimentação – raramente ocorre de maneira substancial
  • Fissuras mamarias na mãe
  • Assadura com bolinhas

Quando Ocorre?

A maioria dos casos ocorre em neonatos (menores de 28 dias) e nas crianças por volta dos 6-9 meses. Existe uma forte relação entre o uso de antibióticos e o aparecimento de sapinho, além de higiene inadequada das mamadeiras e chupetas, frequentar berçários ou creches e contato com outras crianças (são sempre porquinhos!)

oral-thrush-babies_342x198_C0029577Raramente ocorre em maiores de 1 ano, mas no meu filho ocorreu com 1a 4m no meio de um surto na escolinha dela.

Lembrando que por se tratar do mesmo fungo, o sapinho pode gerar assadura e a assadura também pode gerar sapinho. Muito cuidado com a higiene em ambos os casos, principalmente no momento de trocar as fraldas. Eles adoram colocar a mão naquela região “proibida” no momento em que a fralda é retirada e nesse momento, eles podem tanto levar o fungo do genital para a boca como no sentido inverso.

Não confundir sapinho (bolinhas brancas) com estomatite (aftas branco amareladas). São doenças diferentes e com tratamentos e sintomas bem diferentes. A Estomatite ou Gengivoestomatite é geralmente causado pelo virus herpes e a criança apresenta febre, dor forte na boca, odor ruim, sangramento gengival, parada quase completa na alimentação e irritação.

Tratamento

O sapinho, por ser considerado uma doença oportunista que ocorre apenas em pessoas com a imunidade reduzida ou imatura, é relativamente fácil de ser tratado, desde que os fatores de reinfecção sejam sanados.

  • Medicamentos:
    • Nistatina (micostatin): solução oral, aplicando 0,5 ml em cada cantinho de boca 4x ao dia por 10- 14 dias – tratamento clássico.
      • Prós: nenhum efeito colateral e mais barato
      • Contra: demora para matar o bichinho levando a ausência mais prolongada da escola, aumento progressivo da resistência do fungo ao medicamento e algumas pessoas tem dificuldade para aplicar
    • Miconazol  (daktarin): gel oral, deve ser aplicado com o dedo nos locais afetados da boca 4x ao dia por 7-10 dias
      • Prós: tratamento mais rápido e eficaz
      • Contra: maior risco de efeitos colaterais como vômitos, náuseas e boca seca/desconforto oral. Muito mais caro.
  • Não Medicamentoso – diretamemente das Avós para vocês:
    • Bicarbonado de Sódio (sim, aquele de cozinha que compra no mercado): diluir na água e usar essa solução para a higiene da boca do bebês antes da aplicação do medicamento. Ele altera o pH (fica mais básico ou menos ácido) da boca reduzindo a proliferação do fungo.
    • Mel Rosado: solução de rosa rubra e mel, utilizado como adstringente em doenças orais como o sapinho e a estomatite, ajudando na cicatrização e retirada dos residuos.

Reinfecção

A reinfecção ou recidiva da doença durante ou apos o tratamento é comum se não forem tomados os seguinte cuidados:

  • Afastamento de outras crianças com sapinho – seja escola ou em casa
  • Higiene das mãs antes de mexer no bebê
  • Esterelização de mamadeiras, chupetas e mordedores ou qualquer coisa que entre em contato com a boca da criança
  • Tratamento de infecção na mama ou seio materno, caracterizado por dor ao amammentar, fissuras e inflamação. O tratamento pode ser com nistatina solução ou  miconazol gel 4x ao dia (não precisa retirar para amamentar) ou fluconazol 150 mg dose unica.

Afastamento

Toda criança com sapinho deve ser afastada da escola, creche ou berçário enquanto apresentar lesões na boca pelo risco de transmissão às outras crianças.

Risco e Mitos

Apesar de toda a fama de uma doença grave, que pode descer pela garganta e matar, o sapinho é uma doença bobinha que afeta apenas se a imunidade não for intacta. No caso das crianças, os sinais de gravidade ou preocupação em relação ao sapinho são:

  • Ocorrência em maior de 2 anos
  • Recorrência
  • Ausência de resposta ao tratamento
  • Infecção espalhada pelo corpo e pele

Nesses casos deve ser investigada alguma causa de Imunodeficiência seja de nascimento ou adquirida. Converse com seu pediatra nesse caso.

Dr. Christian Helfstein

CRM/SP 119.947

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